segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Gestar após perdas múltiplas.

Nem tudo são flores. E ninguém consegue entender porque não temos aquele sentimento de felicidade plena. O medo sempre nos ronda. Sempre.
Se vocês já passou por isso deve entender do que eu estou falando. Temor, ansiedade, incertezas. E tem aquele sentimento de que a qualquer momento essa felicidade pode ser tomada de nós.
Eu, por mais que minha barriga esteja bem grandinha, por mais que eu tenha sido abençoada com dois bebezinhos a gestação ainda é muito abstrata. E ninguém fala do luto. Nem eu.
Como deixar os outros 3 bebês que não nasceram? Como velar filhos sem corpo. Não houve funeral, não houve ritual. E para nós eles não era um amontoados de células, eles são nossos filhos que não nasceram. Há um sentimento de culpa, perda e saudade. Eu teria 5 filhos. Eu tenho 5 filhos, 3 em outro plano e 2 no ventre, mas por mais que eu tente eu não esqueço os que se foram. 
Isso gera uma angustia muito grande. Todos esperam que estejamos soltando fogos de artificio, que gritássemos aos 4 cantos, que publiquemos em todas as redes sociais. Não. Nossa vontade era guardar essa gestação só para nós. Gera-la dentro da nossa casa, protegida do mundo. Nosso desejo era só contar ao mundo quando eles nascessem na esperança que assim nenhum mal pudesse os atingir. Queríamos te-los só para nós. E assim fizemos, por um tempo. Passaram as 12 semanas, 16 semanas e só aí começamos contar aos familiares. Muitos não entenderam. Muitos questionaram. Mas qual a necessidade de publicar tudo? Exibicionismo? 
Estamos bem assim. Não precisamos dessa atenção. Nós quatro somo o que importa. Nós 4 somos a nossa família. Ninguém mais. 
Talvez quando o luto passar tenhamos mais coragem, mas sinceramente não vemos necessidade. Ainda não aprendemos a falar do luto, a entender e vivenciar o luto. Algumas coisas acontecem na vida para que entendamos o real valor das coisas. Nesse momento estamos reclusos. Gestando juntos nossos bebês. Sim estamos grávidos. Os dois. Só nós dois. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mais uma caminhada, desviando de cada pedra.

...Continuando.

Sim. Mais um Positivo! Felizes? Não. Estávamos amedrontados, receosos, apreensivos. Mas renovados em esperanças. 

Com 5, 6 semanas percebi um leve sangramento a tarde. A noite havia aumentado e no meio da noite estava vermelho vivo.  Fomos correndo ao hospital de madrugada. Examinaram e encaminharam para o ultrassom. Fizemos promessas. Rezamos.

E essa foi a imagem que vimos:


Dois Bebês. Dois sacos gestacionais. Nós dois em choque. Deus é maravilhoso. Ele nos reservou algo ainda maior. 
Obrigada meu Deus. Essa era a chance que vinhamos esperando esse tempo todo. Saímos as 5 da manhã do hospital, com o diagnóstico de um pequeno descolamento, nada grave. Repouso e um coração que lutava, rezava e se energizava. Uma gestação natural gemelar. É um sonho sendo realizado em dobro. Era o que eu precisava para recobrar a minha fé.  

Deus é maravilhoso.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

4º Positivo. - Nunca desista.

...Continuando
Dr. Arnaldo pediu então que eu voltasse assim que eu menstruasse para começar o tratamento para FIV. Como eu já tinha muitos exames, inclusive os "pré-nupciais" que são obrigatórios não havia porque esperar mais. 

E assim foi. Esperei. Esperei. Esperei. E parecia um filme se repetindo... 

Não veio. POSITIVO. Eu estava grávida pela 4ª vez. Eu sou fértil. Era Deus me mostrando pela 4ª vez que eu não precisava da FIV.

Voltamos ao IPGO com a notícia e desesperados querendo uma orientação para que dessa vez desse tudo certo.
Ele nos orientou, prescreveu vitaminas, Enoxoparina, Progesterona. Estávamos em êxtase, mas extremamente fragilizados.

Era final de Junho eu acabava de entrar de férias, me descobri grávida pela manhã do Domingo e de tarde tomei um tombo no box, lesionei gravemente o tendão do joelho. teria que ficar mais de 2 meses imóvel. Meu apartamento estrava em reforma. Uma explosão de acontecimentos ao mesmo tempo.

Mas quem se importa? Mais um bebê, mais uma chance!

Tenha Fé.


...continua

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A nova clinica. IPGO

Após a tempestade vem a bonança.

Este ano estávamos decididos a fazer tudo que estava ao nosso alcance para ter nosso bebê. Então logo após a perda do nosso 3º bebe resolvemos procurar outra clinica. Eu sabia que algo mais deveria ser feito. 
Alguns amigos do marido haviam se consultado com o Dr. Arnaldo do IPGO e eu já conhecia outra blogueira (a Renatita) que também havia tido seus meninos com a ajuda do Arnaldo. Resolvi acreditar. Ele é meio afobado, fala bastante, (nem sempre do seu caso, mas de vinhos e fatos da vida), o consultório é cheio e  a agenda corrida. Tem sempre muita gente por lá e a filosofia dele é dispor de todos os artifícios possível e cobrir todas as possíveis falhas para que dê certo. Ele meio que aplica o tratamento padrão para todo mundo, visando uma melhor eficiência. Devo dizer que ele não era meu favorito, mas estávamos decididos a tentar tudo. 
No ponto de vista do Arnaldo, mesmo que meus exames não fosse 100% diagnósticos de trombofilia, deveríamos tratar como se fosse (passei num hematologista e ele disse que eu não era trombofílica, que não haviam sintomas e exames conclusivos) e disse que usaríamos sim a Enoxaparina Sódica. 
Aguardaríamos o próximo ciclo e começaríamos a FIV. 
Algumas pessoas me questionam porque eu escolheria a FIV se na verdade eu não tenho problemas em conceber e sim em manter a gestação. Fato é, demorou 1 ano e meio para a primeira gestação, 2 meses para a segunda e mais 1 ano para a terceira, eu não estava disposta a esperar mais, eu queria resolver esse problema já.  Eu queria meu bebê. 

...continua.